tag:blogger.com,1999:blog-69036430552052380662024-03-13T09:43:39.137-07:00De sofro em sopro.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.comBlogger16125tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-45008722683872993952012-10-10T18:28:00.001-07:002012-10-10T18:31:15.837-07:005No final,
A falta que você fazia,
Esvazia.
Faz encher outra parte do coração.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-9367576972658991712011-07-01T19:11:00.000-07:002011-07-01T19:43:33.111-07:00Invenção (parte III)(olhou para o lado)<br /><br />_ Oi... Bom dia.<br /><br />_ Bom dia!<br /><br />_ Acordou cedo hoje?<br /><br />_ Não, não...<br /><br />_ Acabou de acordar, então?<br /><br />_ Na verdade não também.<br /><br />_ Vai dizer que não dormiu essa noite então.<br /><br />_ Bom, exatamente.<br /><br />_ Mas por que não conseguiu dormir? Estava passando mal? <br /><br />_ Fiquei observando você dormir essa noite. Ouvi sua respiração a noite inteira. Ela ficava intensa algumas vezes, parava por alguns segundos, depois voltava ofegante. Me assustei com alguns tossidos. Você também sussurrou algumas coisas sem sentido. Me chamou muitas vezes, eu respondi que estava ao seu lado. E aí você se calava novamente.<br /><br />_ Por que você não foi dormir? Passou a noite em claro com essa besteira...<br /><br />_ Besteira?<br /><br />_ Sim, claro. Não vejo muita graça em ficar vendo outra pessoa dormir. Pelo menos não eu, que estava dormindo.<br /><br />_ Mas estávamos numa conexão forte.<br /><br />_ Que besteira...<br /><br />_ Não é besteira. É parte da sua essência. Parte de você fora daqui, desse mundo, desse tempo nosso, tempo meu enquanto te observava sem dormir. Eu não cheguei ainda à nenhuma conclusão sobre os sonos, sonhos. O que nos acontece enquanto dormimos e nos desligamos. Mas você parecia tão distante de mim, mas ao mesmo tempo tão perto. E eu conseguia entrar em você por cada inspiração. E quase via o que passava pela sua cabeça. Te intoxicava por dentro e então você tossia. E eu saía pra adentrar-te mais tarde. E ficamos nisso a noite toda. Eu te puxava pro mundo real, e te deixava ir pra sua imaginação, num vai e vem confuso onde nenhum de nós queria alguma explicação. Então você me chamava para que eu te pegasse novamente. Eu te acalmava, afirmando que estaria com você em qualquer circunstância. E você se calava, aceitando minhas palavras sem nem ouví-las, sentindo no peito a vibração das minhas cordas vocais. E repetíamos sem cessar, aquilo nos alimentou a noite inteira. Até que você acordou e me procurou. Lá estava eu, do seu lado. Em qualquer circunstância.<br /><br />Por Aghata Miranda, em julho de 2011.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-65793408596733739202011-05-21T22:30:00.000-07:002011-05-27T12:03:21.303-07:00A BuscaPassa próximo à mim vento leve.<br />Levanta minha saia longa.<br />Arrasta minha mente contigo. <br />Me muda do pranto ao riso.<br /><br />Passa e carrega meus sonhos bons.<br />Para uma manhã amarelo com rosa.<br />Constrói uma ponte de pedras.<br />Caminha dançante até o sol raiar.<br /><br />Flutua nos mais divinos ares.<br />Corre pra alcançar o tempo.<br />Pinta teu destino, pinta comigo.<br />Deita e rola nesse campo florido.<br /><br />O que existe do outro lado do morro?<br />Escondido nas profundezas do mar.<br />Amor é.<br />Amor há.<br /><br />Texto por Aghata Miranda em maio de 2011.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-6075674984418691132011-03-06T20:06:00.000-08:002011-05-27T12:04:03.004-07:00Conto de fadas vendidoAtire sobre mim todas as pedras<br />que encontrar no seu caminho.<br />Você precisa descansar em cima<br />de alguém que não te deixe sozinho.<br />Te veja do jeito que você não <br />conseguiu um dia se enxergar.<br /><br />Eu consegui moedas de confiança<br />vendendo todas as minhas verdades.<br />Espero um dia conseguir comprar<br />você toda, ou pouco mais da metade.<br /><br />Busquei dentro de mim toda a esperança<br />que um dia te faltou, e te dei de graça.<br />Plantei no meu jardim sem flor o que<br />nasceu e floresceu de uma nova bela vida.<br />Apaguei no silêncio olhando pro parquinho. <br />Vazio. Sombrio. Excêntrico. Faltando nós dois.<br /><br />Guardei minhas moedas num cofre<br />o qual só você terá a chave.<br />Venda-se por um pouco de dinheiro,<br />mas que esse seja de todos o mais verdadeiro.<br /><br />Frente ao fantasmagórico dia de sábado<br />onde alegria não dá espaço pra mais nada.<br />Vozes doces e gentis me afastam da poluição<br />sonora que se encontra este reino mágico. <br />Onde você tão sublime é colocada posto à frente<br />e eu cavalheiro nobre irei lhe resgatar.<br /><br />De um grande e horripilante castelo, <br />talvez das garras de um malvado crocodilo.<br />E quando a ponte se abrir e eu puder passar<br />aceno pra você deixando escapulir,<br />Somente todo o amor do mundo.<br /><br />Texto por Aghata Miranda em março de 2011.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-41321525977769737322011-02-22T13:35:00.000-08:002011-05-27T12:04:10.051-07:00Árvore amarelaEstou pulando a janela pro mesmo lado.<br />Repetindo os mesmos atos, todos errados.<br />Acabei com a história de que minha vida é dela.<br />Agora só o que eu tenho é a Árvore mais bela.<br /><br />Já falei que não sou louco, mas ninguém acredita.<br />E fui de pouco em pouco deixando sua vida.<br />Juntei restos e restos e montei o meu castelo.<br />Comprei potes de água para caminhar no deserto.<br /><br />Peguei duas estrelas pra não pagar conta de luz.<br />Brinquei com três fadas que me fizeram jus. <br />Aluguei um elefante, bebi água direto da fonte.<br />Fiquei sem meus brinquedos, e também sem alguns medos.<br /><br />Graças à Deus, não sei o que fazer.<br />Não lembro o que falei, nem por onde andei.<br />Se tudo foi um sonho, quero sonhar com ela.<br />Quero acordar com minha Árvore amarela.<br /><br />Texto por Aghata Miranda em janeiro de 2011.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-63372208942746545322011-01-19T21:42:00.000-08:002011-05-27T12:06:32.488-07:00LizLi, numa folha em branco<br />Que, toda água do teu pranto.<br />O meu coração vai secar,<br />Sua dor vai sarar.<br /><br />Fiz, por onde te trazer o dia<br />Quis, te dar toda minha alegria<br />Pro seu coração me amar,<br />O seu sorriso radiar.<br /><br />Liz me dê uma esperança.<br />Liz me dê tua alma, canta<br />Pra vida melhorar.<br />Pra noite clarear.<br />Pro sol aparecer.<br />Pro dia amanhecer.<br />Pra infinito ser.<br /><br />Fui, remando noite e dia.<br />Fui, sendo o que eu não queria.<br />Pra ter você pra mim.<br />Pra não ver nosso fim.<br /><br />Diz, sem pressa e sem demora.<br />Viu, o dia foi embora.<br />E a gente se encontrou.<br />E o mal já acabou.<br /><br />Liz, me traga tua dança.<br />Liz, me dê o mundo, canta.<br />Pra morte não chegar.<br />Felicidade estar.<br />Pra gente esquecer.<br />Pra gente se entender.<br />Pro bem prevalecer.<br /><br />Pra ser eu e você.<br />Liz... pra ser eu e você.<br />Liz... pra ser eu e você.<br />Liz, Luz, eu amo você.<br /><br />"Música" composta por Aghata Miranda em janeiro de 2011.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-34258478621201617172011-01-03T08:46:00.000-08:002011-01-16T14:04:36.470-08:00Invenção (parte III)_Cheguei!<br />_...<br />_Cadê você?<br />_Oi?<br />_Cadê você?<br />_Aqui...<br />_Aqui onde? Ah, achei.<br />_...<br /><br />_Que revista é essa?<br />_...<br />_Ei?<br />_Oi? Falou comigo?<br />_Sim, perguntei que revista é essa.<br />_Essa?<br />_É!<br />_Ah, é uma revista aí...<br /><br />(pausa, ida ao banheiro)<br /><br />_Acredita que esqueci minha agenda em casa hoje?<br />_Ah, e como foi?<br />_Como foi o quê?<br />_Ué... do que você está falando?<br />_Ah quer saber, esquece. Ou você dá atenção pra essa revista ou então dá atenção pra mim.<br />_Mas eu estava lendo a revista primeiro, você que chegou depois, que espere.<br />_E quem chegou primeiro na sua vida, foi a revista ou fui eu?<br />_Que profundo!<br /><br />(pequena pausa)<br /><br />_O que deu em você hoje hein?<br />_Meu Deus, só estava aqui lendo minha revista, não fiz nada.<br />_Você nunca faz nada né...<br />_O que você disse sobre amêndoa mesmo?<br />_AGENDA!<br />_Ah, sim... Como se virou sem ela?<br />_Bem, eu tinha tudo anotado no celular também.<br />_Relevante então...<br />_O que é relevante?<br />_Você ter contado que esqueceu sua agenda... pensei que tivesse acontecido algo trágico na sua vida hoje por causa disso, mas no final você tinha tudinho no celular.<br />_Como se você se importasse.<br />_Me importo, claro.<br />_...<br /><br />(pausa de aproximadamente três minutos) <br /><br />_Então, por que você usa os dois?<br />_O quê?<br />_Por que você usa o celular e a agenda se tem as mesmas coisas anotadas nos dois?<br />_Ah... porque... porque eu gosto, sei lá porque! Por que você vê o jornal da manhã, da tarde e da noite se são sempre as mesmas notícias? Por que você tenta sair 5 minutos mais cedo de casa pra ir pro trabalho se sabe que sempre vai ter o mesmo trânsito? Por que, por que, por quê?<br />_Quanta tempestade num copo d'água!<br />_Eu só te fiz perguntas, perguntas normais, perguntas como a sua, ora essa.<br />_Você não sabe receber críticas e tenta se justificar fracassadamente!<br />_Eu agora sou um fracasso, é isso que você quer dizer? Por que você está com um fracasso então?<br />_Isso sim foi uma boa pergunta.<br /><br />(pausa realmente longa)<br /><br />_Agora você parou de falar comigo, foi isso?<br />_...<br />_Vamos lá, quantos anos você tem?<br />_Eu vou... eu vou embora.<br />_Vai o quê?<br />_É... não dá mais não.<br />_Mas, do que você está falando? Vai deixar uma agenda acabar com tudo?<br />_Não é bem uma agenda, e sim o fato de você nem saber porque está comigo...<br />_Mas eu não disse isso!<br />_...<br />_Vem cá... para com isso... você não vai embora coisa nenhuma...<br />_Vou sim, vou sim, não tem condiç... <br />_VOCÊ ME AMA?<br />_Mais que absolutamente tudo.<br />_Então fica comigo.<br />_Não é tão simples assim, sabia...<br />_Claro que é, é a única coisa que importa aqui.<br />_Pra você...<br />_Pra você não?<br />_Ah, eu não sei. Nem sei o que é o amor.<br />_Mas eu já lhe expliquei, não?<br />_É, mas... Não sei se consigo acreditar nisso.<br />_Tá querendo dizer que eu minto?<br />_Não, não é isso...<br />_Então...?<br />_É que realmente não faz muito sentido.<br />_Você já analisou?<br />_Na verdade não.<br />_Então analise...<br /><br />(pausa de quinze minutos e três segundos)<br /><br />_É, você tem razão.<br />_Oi?<br />_Eu disse que você tem razão!<br />_Ah, viu, eu te disse.<br />_Mas, mesmo assim, acho que deveríamos dar um tempo.<br />_Ora, tempo é para os fracos, você não acha?<br /><br />(risos)<br /><br />_Não, falo sério, talvez pra que você possa pensar no porque estamos juntos, e outras coisas que quando pergunto você não sabe responder.<br />_O que você diz é um completo equívoco.<br />_Então tudo bem, então me responda: por que está comigo?<br />_Mas meu Deus, porque eu te amo!<br />_Tudo bem, tudo bem.<br />_Que outra explicação posso te dar?<br />_Não, eu aceito essa.<br /><br />(pausa de)<br /><br />_Aceita que eu te amo?<br />_Aceito.<br />_Aceita ficar comigo para sempre também?<br /><br />Texto escrito por Aghata Miranda em janeiro de 2011.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-12069332363822820482011-01-01T17:20:00.000-08:002011-05-27T12:06:56.419-07:00O lado bom das coisasMe desespero por aqui, sem a mínima volição.<br />Mas por outro lado, surge-me o encanto.<br />Sei que sempre estou a contemplar minha solidão.<br />Mas a verdade é que de nada valerá meu pranto.<br /><br />Peço que nunca saia de meu pensamento casto.<br />Pois ver o mundo do nosso jeito, você sabe, é tão raro.<br />Nem a dor, e nem mesmo a alegria será perene.<br />Deixo-te então ficar novamente pleno e calmo.<br /><br />Então quem sabe nós dois algum dia.<br />Mesmo que seja qualquer um sem vida e nublado.<br />Poderemos apreciar o que de felicidades faz-se nebuloso.<br />E de tristezas faz-se maravilhado.<br /><br />Texto por Aghata Miranda em janeiro de 2011.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-8913075704640520862010-12-25T04:32:00.000-08:002011-05-27T12:06:59.425-07:00SonoraChora.<br />De alegria o meu peito.<br />Que já não sabe direito.<br />Com o que pode sonhar.<br /><br />Ora,<br />Eu já saí de fininho.<br />E sentei aqui sozinho.<br />Esperando o trem chegar.<br /><br />Não te demora.<br />Que o chão já tá rachando.<br />A poeira tá baixando.<br />O espetáculo vai começar.<br /><br />Vam'bora.<br />Não podemos esquecer.<br />De ligar nossa tevê.<br />Que só quer nos separar.<br /><br />Muito embora.<br />Você não saiba onde ir.<br />E não saia mais daqui.<br />E não vá se aventurar.<br /><br />Fora!<br />Já não sei mais o que faço.<br />Eu não sou nenhum palhaço.<br />Para ter de te aturar.<br /><br />Isso é hora?<br />Você não pode ficar assim.<br />Você não saiu de mim.<br />E não foi pro seu lugar.<br /><br />Nossa senhora!<br />O que você espera acontecer?<br />E o que você vai fazer<br />Se o seu dia amanhã chegar?<br /><br />Mundo afora.<br />E eu só preciso de um pouco.<br />Pra provar que não sou louco.<br />E nem preciso disfarçar.<br /><br />Outrora.<br />Você era mais carinhoso.<br />E o tempo mais piedoso.<br />Demorava pra passar.<br /><br />Ei Flora, <br />Obrigado por me ouvir.<br />Me dizer por onde seguir.<br />E poder me acompanhar.<br /><br />Ora,<br />Pra mais um santo de desgosto.<br />Que não sobe mais um posto.<br />Nem desce pra descançar.<br /><br />E agora,<br />Você tomou meu coração.<br />Mas me trouxe essa canção.<br />Que pra sempre eu vou cantar.<br /><br />Tentativa de mais uma "música" por Aghata Miranda em dezembro de 2010.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-4068276333101274212010-12-19T18:47:00.001-08:002011-05-27T12:07:07.323-07:00FogueiraPode deixá-lo chegar que daqui ele não passa.<br />Pode deixá-lo passar pra acabar com a pirraça. <br />Quantas as noites passei em claro esperando esse rapaz.<br />Que decepciona a todos cada dia que nada ele faz. <br /><br />Pode por fogo na madeira que nossa folia não vai acabar.<br />Pode esquentar o seu peito e mandar o sujeito pra outro lugar.<br />Quantos momentos contei olhando esse céu tão bonito.<br />Que quando muda de cor traz todo o amor com seu infinito.<br /><br />Hoje eu canto em cada esquina, eu canto pra você.<br />Ele namora todas meninas e dá uma flor à cada que vê.<br />Hoje eu canto em bar o que no altar não pude cantar.<br />Que meu dia não demora e a aurora da vida vou apreciar.<br /><br />Pode pegar mais um pouco do meu alvoroço que tenho guardado.<br />Pode fincar no meu peito todo o rancor que eu tenha deixado.<br />Quantas pessoas que passam a noite lá fora ao raiar do dia.<br />Que amanhã vão atrás do pão mas não deixam faltar alegria.<br /><br />Pode correr atrás dele que esse menino já não foge mais.<br />Ah meu Deus do céu você tem de alcançar esse rapaz.<br />Quantos já me disseram, perigoso ele era, não acreditei.<br />Mas hoje já sem muito esforço, com ajuda dum moço, eu já reparei.<br /><br />Hoje eu canto em cada esquina, eu canto pra você.<br />Ele namora todas meninas e dá uma flor à cada que vê.<br />Hoje eu canto em bar o que no altar não pude cantar.<br />Que meu dia não demora e a aurora da vida vou apreciar.<br /><br />"Música" composta por Aghata Miranda em dezembro de 2010.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-11657949854291939822010-11-21T16:47:00.000-08:002011-05-27T12:07:15.622-07:00História preta e brancaNuma folha de papel meus olhares infames voam, voam.<br />Desenham a solidão debaixo da chuva, debaixo do medo.<br />E trazem vagas lembranças de todos os meus dias vazios.<br />Que contornei procurando outros capotes quentes de frio.<br /><br />Acordarei amanhã, uma visão vaga na janela, e verei amarelo.<br />Um céu pintado de todas as cores do universo.<br />Tantas pessoas dançando e amando amar o que chamam de vida.<br />Abrindo o caderno e chorando uma história colorida.<br /><br />Diante de toda a beleza que diz melhorar tudo com o que traz.<br />Pensamentos que giram, rodopiam como gaivotas de papel, me tonteando.<br />E busco a fuga momentânea num copo cheio de nada.<br />E busco a fuga eterna abrindo a mente pro que me mata.<br /><br />Texto escrito por Aghata Miranda em novembro de 2010.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-68567840734494752112010-11-21T06:40:00.000-08:002011-05-27T12:07:18.474-07:00Levante-seOmito.<br />Limito.<br />Preocupo.<br />Desocupo.<br /><br />Tento escrever. <br />Não consigo.<br />Tento esquecer.<br />Tento de novo.<br /><br />Desato.<br />Te bato.<br />Por dentro.<br />Sem dó.<br /><br />Te rasgo.<br />O peito.<br />No marasmo.<br />Bem feito.<br /><br />Tento passar.<br />Não posso.<br />Tento então apressar.<br />Tento tentar.<br /><br />Aí.<br />Aqui.<br />Em todo lugar.<br /><br />Textículo escrito por Aghata Miranda em novembro de 2010.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-32772711319295111872010-11-03T14:26:00.000-07:002011-01-16T14:01:49.415-08:00Invenção (parte II)_ Não consigo achar a pasta de dentes.<br /> <br />(pausa de alguns segundos)<br />(a procura continua)<br />(pausa de mais alguns segundos)<br /><br />_ Não acho essa droga de pasta de dentes!<br /><br />(mais uma pausa de segundos)<br /><br />_ POR ACASO VOCÊ VIU A PASTA DE DENTES?!<br />_ Sim, está dentro do pote de pastas de dentes...<br />_ Nós temos um pote para pastas de dentes?<br />_ Uma vez comprei um pote de pastas de dentes porque achei que ficaria mais fácil de você encontrar.<br />_ Eu nem sabia desse pote idiota.<br />_ O comprei tem umas duas semanas e você não tinha notado? Você pega pasta de dentes nele todos os dias e não tinha reparado ainda? No que você repara afinal?<br /><br />(pequena pausa)<br /><br />_ Vamos mesmo discutir por pasta de dentes?<br />_ Esta não é a questão, a questão é o que você nota por aqui. Por acaso você me havia reparado? Porque eu estou aqui tem uns dois anos, você me pega todos os dias e, ainda não tinha visto? <br />_ É claro que eu vejo você, para com isso.<br />_ O que mais você vê, me diz!<br />_ Eu vejo esse quadro, esse espelho, esse lençol espalhado na cama, esse pote de pastas de dentes foi a única coisa que eu não vi por aqui!<br />_ Você não me vê.<br /><br />(longa pausa)<br /><br />_ Não irei ficar alimentando essa discussão infantil.<br />_ Infantil?<br />_ Sim, infantil. <br />_ Por que infantil? Só porque eu tenho razão?<br />_ Essa não é a questão.<br />_ Olha já me cansei sabia, estou com esse cansaço há dois anos.<br />_ Eu ainda não havia notado.<br /><br />(pequena pausa)<br /><br />_ Você ainda sente alguma coisa por mim?<br />_ Ontem à noite lhe mostrei isso, você não reparou?<br />_ Me diz!<br />_ Você não consegue ver?<br />_ Me diz!<br />_ Não.<br /><br />(longa pausa, passos pesados até o sofá)<br /><br />_ Por que você faz isso? Por que não acaba logo de uma vez com esse cansaço, com essa rotina, com esse pote de pasta de dentes? Por que não some logo e assim não importa mais se eu reparo ou não? Por que você não consegue acreditar no que te mostro e tem necessidade de ouvir? Não tens fé? Em mim! Não tem fé em mim? Ora essa! Acha que estive aqui por dois anos apenas concordando com o que falaras por causa de noites? Acha mesmo que ligo a televisão e me deito ao seu lado por interesse? Esperando que algo venha até a mim? Algo caia do céu? Acha que estive aqui por não ter mais nenhum lugar onde estar? Por não ter um pote de pasta de dentes? Você que não me vira, que não me notara, que não me conhece!<br /><br />(longa pausa, lágrimas)<br /><br />_ Me desculpa.<br />_ Eu te amo.<br /><br />(pequena pausa)<br /><br />_ Eu jamais faria nada disso, você sabe...<br />_ Me desculpa.<br />_ Eu te amo.<br /><br />(pausa de dois minutos e treze segundos)<br /><br />_ Sabe, não sei o que faria sem nada disso.<br />_ Como assim?<br />_ Sem você, sem discussões infantis, sem potes de pasta de dentes... <br /><br />(pequenos risos)<br /><br />_ Como faz piada dessa situação? Me encontro em prantos.<br />_ Faço piada de tudo.<br />_ Faz piada do nosso amor.<br />_ Acha isso ruim?<br />_ Não, amo tuas piadas.<br />_ Você me ama de verdade, é?<br />_ Amo, ora essa.<br />_ Faria qualquer coisa por mim.<br />_ Mas é claro que faria, ora essa!<br />_ Então, transfere todo seu dinheiro pra minha conta.<br />_ Acha mesmo que tem a ver com isso?<br />_ Não, só estava fazendo piada.<br /><br />(sorrisos)<br /><br />_ Que sorte eu tive de te encontrar, não?<br />_ Não.<br />_ Por que não concorda?<br />_ Um dia eu aprendi que sorte vai e vem, feito vento.<br />_ Aprendeu isso com quem?<br />_ Um filósofo...<br /><br />(...)<br /><br />_ Um mendigo.<br />_ Como ele conseguiu te ensinar isso, afinal?<br />_ Simples: ele pegou uma moeda de dez centavos do chão ao mesmo tempo que o sanduíche dele caiu pelo esgoto. <br />_ Entendi.<br />_ Mesmo?<br />_ Eu acho que sim, quis dizer que ao mesmo tempo que temos sorte ali, dum jeito, a perdemos aqui, doutro jeito?<br />_ Não quis dizer nada, eu vi.<br />_ E tirou conclusões, apenas isto.<br />_ Do que mais é feita a vida se não de conclusões?<br />_ De amor.<br />_ E como você chegou aí?<br /><br />(pequena pausa, sorriso de canto)<br /><br />_ Uma conclusão.<br /><br />(longa pausa, cada um para o seu lado)<br /><br />_ Isso é uma besteira, sabia.<br />_ Isso o quê?<br />_ Medigos, sorte, pasta de dentes.<br />_ Amor também?<br />_ Amor não.<br />_ Por quê?<br />_ Ah não sei, só consigo ver o amor como algo a cima de tudo, absolutamente tudo.<br />_ Felicidade?<br />_ Amor traz.<br />_ Tristeza?<br />_ Amor traz.<br />_ Pasta de dentes?<br />_ Bom, isso o amor não traz, mas quando se ama pouco importam as pastas, não acha?<br />_ Não te amaria com dentes sujos!<br />_ Jura?<br />_ Apenas piadas.<br />_ Me amaria de qualquer jeito?<br />_ Qualquer um.<br />_ Até muito muito muito mal?<br />_ Qualquer um.<br />_ Sem feitiços?<br />_ Você sabe.<br /><br />_ Na verdade não, mas estou gostando.<br />_ Vamos lá então.<br />_ Me ama tanto assim, é?<br />_ É.<br />_ Por quê?<br />_ Não sei... eu cheguei à essa conclusão. <br /><br />(pausa de quarenta e dois segundos) <br /><br />_ Você já chegou à conclusão do que seria o amor?<br />_ Amar é dar à alguém a permissão para te matar.<br />_ Posso te matar?<br />_ Claro que não!<br /><br />(pausa de)<br /><br />_ Ué, você disse que me ama.<br />_ Mas essa não é a questão.<br />_ Lá vem você com isso de questão...<br />_ Você não pode me matar, porque não conseguiria.<br />_ Ora essa, te mataria num piscar de olhos.<br />_ Não conseguiria.<br /><br />(pausa)<br /><br />_ Amar então é deixar alguém lhe matar, mesmo que esse alguém não consiga?<br />_ Isso é amar e ser amado.<br />_ Então, você está dizendo que todas as pessoas que eu deixaria que me matassem eu amo? É isso que o amor significa? Permitir que alguém te mate?<br />_ Basicamente.<br /><br />(longa pausa de olhares fixos)<br /><br />_ Eu te amo.<br /><br />Texto escrito por Aghata Miranda em novembro de 2010.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-44007959986569843032010-10-11T13:24:00.000-07:002011-05-27T12:09:06.662-07:00Felipe PaulukSó sei nesta vida que necessito muito de você. Não é uma necessidade suportável, diremos de suporte, para me aguentar sabe. Mas uma necessidade egocêntrica minha. Tipo, ser teu amigo, me faz sentir melhor, Renova minha alma, aquece minha vida, me faz vislumbrar o palato da amizade. Como se este sabor impregnasse dentro de mim e me fizesse sentir tal viço prazeroso por tempos. E renovando continuamente, é como se eu renascesse de mim mesmo com a ajuda do seu "eu".<br /><br />Texto escrito por Felipe Pauluk em agosto de 2010.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-48636321712619156972010-10-08T12:08:00.000-07:002011-05-27T12:08:49.392-07:00Invenção (Parte I)_ Não vai me perguntar o que aconteceu?<br />_ Por quê? Aconteceu algo?<br />_ Não, nunca acontece nada, mas você sempre pergunta.<br />_ Pois então, acho que não perguntarei mais.<br />_ Por quê? Não quer mais saber?<br />_ Não, apenas me cansei da mesma resposta por todas as vezes.<br /><br />(pausa de um minuto e quatorze segundos)<br /><br />_ Então...<br />_ O quê?<br />_ Não aconteceu nada?<br />_ Desisto.<br />_ De quê?<br />_ Tudo.<br />_ Você não pode desistir assim.<br />_ Assim?<br />_ É, desta forma, você desiste muito fácil.<br />_ Não, eu venho lutando contra isso há tempos, venho tentando não desistir há anos.<br />_ Você sempre pensou então?<br />_ Sim.<br /><br />(pausa de trinta e nove segundos)<br /><br />_ Ficou mal?<br />_ Com o quê?<br />_ Com o que eu disse...<br />_ Por que eu ficaria?<br />_ Não sei.<br /><br />(pausa de)<br /><br />_ O que estamos fazendo?<br />_ Não faço a menor idéia.<br />_ Vamos parar então.<br />_ Por quê?<br />_ Não sei, apenas desejo tudo como antes.<br />_ Não me parece.<br />_ Como não?<br />_ Você me transmite tantas expectativas, tantos desejos, tantos sentimentos, quando não é isso que parece ser realmente, não é o que vejo.<br />_ Acha que minto para você?<br />_ Mentir não, diria, se expressa mal.<br />_ Desculpe-me.<br />_ Não.<br /><br />(longa pausa)<br /><br />_ Vamos parar.<br />_ Não. Agora não quero.<br />_ Espere aí, quantos anos você tem?<br />_ Um pouco mais que você.<br />_ Não me parece...<br />_ Me expresso mal.<br />_ Sabe o que eu queria?<br />_ Desculpa, não quero saber.<br />_ Digo do mesmo jeito.<br />_ ...<br />_ Queria aquela sexta-feira.<br />_ Qual delas?<br />_ Qualquer uma delas.<br />_ Mas ocorreram diversas sextas.<br />_ Não me interessa quantas sextas, quantos meses, quantos anos. <br />_ Você não se interessa por nada.<br />_ Errado.<br />_ Se interessa pelo que, então?<br />_ Por mim.<br />_ Só por você?<br />_ Sim.<br /><br />(pequena pausa)<br /><br />_ Não se esqueça.<br />_ Do quê?<br />_ Somos a mesma pessoa.<br />_ Ah, não me venha com esta agora!<br />_ O que houve?<br />_ Me cansei.<br />_ Quer desistir?<br />_ Não.<br /><br />(pausa de)<br /><br />_ O que você quer então?<br />_ Descansar.<br />_ Não quer aquela sexta-feira também?<br />_ Não sei qual delas.<br />_ E de que isso vale?<br />_ Me diga você.<br />_ Detalhes são meros. Podemos querer uma sexta-feira inventada, podemos imaginar uma sexta-feira que está por vir, e a querer, com todas as forças.<br /><br />(longa pausa)<br /><br />_ Eu quero você.<br />_ E apenas me inventa, me imagina?<br />_ Às vezes.<br />_ Como assim?<br />_ Às vezes você não é o que eu penso que é, mesmo assim não mudo de pensamento, me engano, achando que você está sendo como eu quero, quando na verdade você não está. Odeio quando me pergunta se aconteceu algo, você sempre o faz. Mas quando não o faz, mesmo sendo o que eu quero, iludo-me pensando que não está agindo como eu queria.<br />_ Não entendi muito bem.<br />_ De fato.<br /><br />(pequena pausa)<br /><br />_ Podemos parar agora?<br />_ Não.<br />_ Quer tanto continuar para quê?<br />_ Quero entender direito.<br />_ Não precisa.<br />_ Ora! Entender não é mero, não é detalhe, é preciso. Não podemos inventar isto, você está enlouquecendo, isso que você está!<br />_ Calma.<br />_ Estou numa calmaria que você nem imagina.<br />_ Não precisa apelar...<br />_ E estou?<br />_ Desisto.<br />_ Já era de se esperar, aliás, pensei que já tivesse desistido há muito.<br />_ Não, desde o começo da conversa, desde quando comecei a viver, luto contra isso, esqueceu?<br />_ Então quando diz "desisto", o que quer dizer?<br />_ Apenas se foi um tempo da luta.<br />_ Em que você perdeu?<br />_ Não.<br />_ ...<br />_ Em que eu inventei ter perdido.<br /><br />Texto escrito por Aghata Miranda em maio de 2010.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6903643055205238066.post-48584335190041804642010-10-07T22:16:00.000-07:002011-05-27T12:08:40.354-07:00Soneto da conversaOlhei para ti e teus olhos cheios d'agua.<br />Não tanto quanto os meus. <br />Olhei para ti e teu coração despedaçado.<br />Tanto quanto o meu.<br /><br />Foi um dia qualquer, nesses qualqueres perde-se a vez.<br />Não esperávamos e não soubemos como agir.<br />Estava tudo tão igual ao que foi ontem.<br />Nos segurávamos até dizer a primeira palavra.<br /><br />E foi decorrendo, foi escorrendo.<br />Quanto mais se falava, mais tristeza se tornava,<br />Presente, inconsciente, inconstante.<br /><br />E mudava, permanecia o mesmo.<br />Quanto menos se agia, mais queria-se atitudes,<br />Ausentes, pedindo de forma gritante, errante.<br /><br />Texto escrito por Aghata Miranda em 2010.Aghata Mirandahttp://www.blogger.com/profile/14496000837573404384noreply@blogger.com0